sexta-feira, 6 de maio de 2011
Acento.
Muitos idiomas não têm acento e muitos outros o possuem apenas em poucas palavras. Já no português, ele aparece diversas vezes. Antigamente, era difícil a gravação de voz e a escrita era um dos meios de se espalhar o conhecimento. Vejamos o exemplo da música. As partituras eram o principal meio de se perpetuar uma canção. Hoje, métodos mais simples de cifras, acompanhadas da gravação, são tão efetivas quanto. Não possui o mesmo glamour das partituras, mas podem produzir o mesmo efeito.
Com o idioma é a mesma coisa. Hoje uma palavra falada pode atingir milhões de pessoas com muita rapidez. E o falar acaba por estabelecer a pronúncia correta. Aliás, do jeito que é hoje, a maioria das pessoas já fala errado, portanto, não correríamos tanto risco.
E aqui, eu incluiria a crase, que, na minha opinião, é um dos acentos gráficos mais inúteis que existem. Só serve para cair em prova de vestibular. Mas, esse fica pra outro post.
Sei que muita gente discorda desse ponto de vista. Mas simplificar um pouco o idioma, seria uma forma de melhorar o entendimento e a correção da escrita. Nesse caso, não afetaria em quase nada a pronúncia. Seria uma verdadeira reforma ortográfica.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Visando ao sucesso!
O grande problema está na regência desse verbo. Alguns verbos podem exprimir mais de um sentido e muito deles exigem algumas preposições. No caso do visar, ele pode significar:
- pretender, ter por objetivo, ter em vista: nesse caso ele é transitivo indireto e rege a preposição a. Exemplo: viso a um aumento de salário, ele visa a uma vida melhor.
- mirar, apontar (arma de fogo): é transitivo direto e não rege preposição. Exemplo: ele visou o alvo e atirou.
Mas tenho certeza que, a partir de agora, você não vai mais cometer esse erro. Aproveite e divulgue. Também estude bastante a regência, sempre cai nos em qualquer prova de português.
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segunda-feira, 25 de abril de 2011
Acentuação
Primeiro, precisamos saber que quase todas as palavras são acentuadas. É isso mesmo! Você já logo diz: “que besteira é essa? Ponte não tem acento, por exemplo”. É aí que começamos a errar. “Ponte” tem acento, e ele ocorre na sílaba “pon”. Portanto, primeira diferença: existe o acento e o acento gráfico.
Vejamos: ponte – a sílaba em negrito é a acentuada.As palavras café, urubu, abacaxi, Amapá, chalé, rabicó são acentuadas pela mesma regra, pois são oxítonas. Mas, repare, apenas café, Amapá, chalé e rabicó são graficamente acentuadas.
Café – sílaba em negrito acentuada graficamente.
E por que existe o acento gráfico? Suponhamos que encontremos na natureza um objeto inteiramente novo, ninguém nunca viu, não há um nome para ele. Certamente foi um cientista quem o achou e resolveu colocar o nome de “pamenaca”. Como você leria esse nome? E se fosse escrito assim: pamêmaca, ou mesmo pamenacá? Perceberam, existem três formas de pronúncia. Então, o acento é que nos revela como devemos pronunciar uma palavra.
Vamos começar pelo mais fácil. Se a palavra é proparoxítona, ela deve ser acentuada graficamente. Sempre! Não há exceções.
Exemplos: lâmpada, mácula, gôndola e, no caso da nossa palavra inventada, pamênaca.Agora, precisamos tratar dos outros dois casos. Por uma questão de lógica, nem todas as oxítonas e proparoxítonas podem ser graficamente acentuadas, ou senão praticamente todas as palavras levariam tal acento. Para nossa sorte, a maioria das paroxítonas não levam acento gráfico, que bom, certo? Bom mesmo. Mas, então quais levam esse acento? Aquelas terminadas em “i” e “u”.
Exemplos: biquíni, Garibáldi, bônusIsso quer dizer que as paroxítonas terminadas em “a”, “e” e “o” não levam o acento gráfico? Exatamente, você já está pegando o jeito. Mas as paroxítonas possuem uma família grande e você já deve ter questionado o que acontece com aquelas terminadas em consoante. Bem, aí, quase todas levam acento. Quando terminadas em n,l,r e x (ninguém leva o rei do xadrez).
Exemplos: pólen, açúcar, tórax, túnel.Terminou? Claro que não, ou seria muito fácil. Ainda em aquelas terminadas em um, uns, ons, ps, ão e ã. Espero que você saiba o que é ditongo (encontro de duas vogais na mesma sílaba), porque, quando ele for crescente (segunda vogal mais forte que a primeira), a palavra leva acento gráfico.
Exemplos: álbum, álbuns, prótons, bíceps, órfão, órfã. Ditongos: secretária, armário.Após aprendermos as regras das paroxítonas, as oxítonas saem por exclusão. Se as paroxítonas terminadas em “a”, “e” e “o” não levam acento gráfico, portanto, as oxítonas terminadas com essas três vogais levam o tal acento. Simples, certo? Acrescente aqui também as oxítonas terminadas em m.
Exemplos: cajá, café, bobó, acém.Cuidado com o hiato. Se o “i” ou o “u” formam sílaba sozinho ou com “s”, eles devem ser acentuados graficamente.
Exemplos: juízo, ruído, baú, saída. Exceções (sempre elas): rainha (porque é seguido e nh), feiura (sílaba anterior é ditongo).E ainda existem os acentos diferenciais, apenas para sabermos a que classe gramatical a palavra pertence, qual tempo verbal, etc.
Exemplos: pode (presente), pôde (passado). Tem (singular), têm (plural). Pôr (verbo), por (preposição).Espero que esse texto sirva de referência para vocês. Se daqui pra frente, não acentuarem urubu e caju, já me darei por satisfeito.
sábado, 8 de maio de 2010
Errar é humano (sem dúvida, só nós escrevemos)
Faço ideia como deve ser esse curso. Provavelmente, ensinam todas as matérias, menos português. Os alunos podem ter se saído bem nas provas, mas esse cartaz não ficou nada excelente.
Ainda bem que é inglês. Agora a tradução deve ficar muito a desejar, a não ser que seja para espanhol, francês ou qualquer outro idioma, menos o nosso. Aliás, a crase é sem dúvida uma das maiores fontes de erros cometidos pelos brasileiros. Pelo menos uma regra não é difícil de ser decorada: nunca há crase antes de palavra masculina. Só falta não saber quando a palavra é masculina ou feminina, aí já é demais.
Olha a crase aí de novo… no lugar errado. Podiam usar um pouco desse dinheiro para pagar um bom curso de português. Quando o “a” está no singular e a palavra seguinte no plural, não há crase. Ou se cometeriam dois erros. Explico. Para haver crase, é necessária a presença do artigo e da preposição. Ora, o artigo sempre concorda o substantivo. Portanto, no caso, deveria ser “as entidades”, mas como se escolheu não usar o artigo, não há porque usar acento indicativo de crase.
Aqui os erros estão abundantes. Se o preço é único, como pode estar entre 19,90 e 99,90? Então não é único, já que são vários. E observem a crase de novo. Capricharam colocaram até o “A” bem grande. Deve ser pra chamar a atenção. Não há crase quando se fala faixa de números, pois apenas a preposição é requerida.
Nesse caso, o português vai a reboque. Mais uma vez, guincho é palavra masculina. Deviam ter colocado uma placa com sinal de proibido crase também.
Aqui temos quatro mortes. Além das três pessoas, morreu também o português. Mesmo caso da palavra no plural e o “a” no singular.
Pra finalizar, deixo uns versos de uma música:
“Errar não é humano, depende de quem erra,
Esperamos pela vida, vivendo só de guerra*”
* A guerra para aprender nosso idioma.
domingo, 2 de maio de 2010
Vamos acentuar as coisas
Suponho que você já saiba o que é oxítona. Por isso, a primeira regra é essa: as oxítonas terminadas em “a”, “e” e “o” recebem o acento gráfico, seguidas ou não de “s”. Por lógica, as paroxítonas terminadas com essas vogais não levam o acento gráfico. Se prosseguirmos na lógica, as outras duas vogais “i” e “u” estiverem no fim de uma palavra paroxítona, essa levará o acento gráfico. Já as oxítonas terminadas em “i” e “u” não.
Com essa regra, eliminamos boa parte das dúvidas sobre acentuação. A segunda regra é a do hiato. Quando se tem duas vogais juntas na palavras, mas em sílabas separas, coloca-se um acento gráfico na vogal solitária, se essa for “i” ou “u”. Exceção a essa regra é quando essas vogais são seguidas de “nh” ou quando acompanhadas de outra letra que não um “s”.
E tem explicação pra isso? Claro. Esse acento gráfico serve para que se pronuncie o hiato e o ditongo seja evitado. Por exemplo, dizemos caule (ditongo), mas saúde (hiato).
E por falar em ditongo, algumas palavras terminam em ditongo. Por exemplo a palavra “comparação”. Se a sílaba tônica for a última, despensa-se o acento gráfico. Caso seja a penúltima, ela levará o acento gráfico (órgão).
Bem, essa é apenas uma ajuda para trilharmos os caminhos da acentuação gráfica. Ainda teremos outros artigos sobre o assunto, aguardem
terça-feira, 27 de abril de 2010
Comparação de acentos
Da mesma forma, continuando na comparação, se as oxítonas terminadas em "i" não levam AG, então, as paroxítonas o terão. Veja o caso de biquíni ou Garibáldi.
Essa comparação pode ser feita com qualquer grupo de palavras. O que mais importante é saber se a palavra é oxítona, paroxítona ou proparoxítona, ou seja, pelo menos devemos saber a sua pronúncia.
Espero que essa dica sirva para ajudar na compreensão desse tema da língua portuguesa.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Urubu não tem acento, então não acentue seus pares!
Está acontecendo uma corrente de pessoas que querem acentuar as oxítonas terminadas em “u”. Vale lembrar a regra: acentuam-se as oxítonas terminadas em “a”, “e” e “o”. Por exemplo: café, xodó e carcará.
Isso deve vir de alguma influência do espanhol, no idioma dos vizinhos as oxítonas em u são acentuadas. Isso costuma acontecer mais com nomes ou apelidos, Cadú, Bagú e também nomes de cidades como Embú, que obviamente não tem acento.
A exceção vem dos hiatos como baú, por exemplo. Mas fica por aí. Ainda escreverei sobre como o brasileiro trata mal seu idioma. E isso acontece porque não temos referência. A maioria das pessoas fala e escreve errado, portanto, acabamos por repetir os mesmos erros. Somos traídos pelos ouvidos.