Sei que o tema parece complicado, mas na verdade, basta seguirmos um caminho para minimizarmos os erros nesse tema. Temos alguns passos a serem seguidos e umas regrinhas para decorarmos, nada demais.
Primeiro, precisamos saber que quase todas as palavras são acentuadas. É isso mesmo! Você já logo diz: “que besteira é essa? Ponte não tem acento, por exemplo”. É aí que começamos a errar. “Ponte” tem acento, e ele ocorre na sílaba “pon”. Portanto, primeira diferença: existe o acento e o
acento gráfico.
Vejamos: ponte – a sílaba em negrito é a acentuada.
Café – sílaba em negrito acentuada graficamente.
As palavras café, urubu, abacaxi, Amapá, chalé, rabicó são acentuadas pela mesma regra, pois são oxítonas. Mas, repare, apenas café, Amapá, chalé e rabicó são graficamente acentuadas.
E por que existe o acento gráfico? Suponhamos que encontremos na natureza um objeto inteiramente novo, ninguém nunca viu, não há um nome para ele. Certamente foi um cientista quem o achou e resolveu colocar o nome de “pamenaca”. Como você leria esse nome? E se fosse escrito assim: pamêmaca, ou mesmo pamenacá? Perceberam, existem três formas de pronúncia. Então, o acento é que nos revela como devemos pronunciar uma palavra.
Vamos começar pelo mais fácil. Se a palavra é proparoxítona, ela deve ser acentuada graficamente. Sempre! Não há exceções.
Exemplos: lâmpada, mácula, gôndola e, no caso da nossa palavra inventada, pamênaca.
Agora, precisamos tratar dos outros dois casos. Por uma questão de lógica, nem todas as oxítonas e proparoxítonas podem ser graficamente acentuadas, ou senão praticamente todas as palavras levariam tal acento. Para nossa sorte, a maioria das paroxítonas não levam acento gráfico, que bom, certo? Bom mesmo. Mas, então quais levam esse acento? Aquelas terminadas em “i” e “u”.
Exemplos: biquíni, Garibáldi, bônus
Isso quer dizer que as paroxítonas terminadas em “a”, “e” e “o” não levam o acento gráfico? Exatamente, você já está pegando o jeito. Mas as paroxítonas possuem uma família grande e você já deve ter questionado o que acontece com aquelas terminadas em consoante. Bem, aí, quase todas levam acento. Quando terminadas em n,l,r e x (ninguém leva o rei do xadrez).
Exemplos: pólen, açúcar, tórax, túnel.
Terminou? Claro que não, ou seria muito fácil. Ainda em aquelas terminadas em
um, uns, ons, ps, ão e
ã. Espero que você saiba o que é ditongo (encontro de duas vogais na mesma sílaba), porque, quando ele for crescente (segunda vogal mais forte que a primeira), a palavra leva acento gráfico.
Exemplos: álbum, álbuns, prótons, bíceps, órfão, órfã. Ditongos: secretária, armário.
Após aprendermos as regras das paroxítonas, as oxítonas saem por exclusão. Se as paroxítonas terminadas em “a”, “e” e “o” não levam acento gráfico, portanto, as oxítonas terminadas com essas três vogais levam o tal acento. Simples, certo? Acrescente aqui tam
bém as oxítonas terminadas em
m.
Exemplos: cajá, café, bobó, acém.
Cuidado com o hiato. Se o “i” ou o “u” formam sílaba sozinho ou com “s”, eles devem ser acentuados graficamente.
Exemplos: juízo, ruído, baú, saída. Exceções (sempre elas): rainha (porque é seguido e nh), feiura (sílaba anterior é ditongo).
E ainda existem os acentos diferenciais, apenas para sabermos a que classe gramatical a palavra pertence, qual tempo verbal, etc.
Exemplos: pode (presente), pôde (passado). Tem (singular), têm (plural). Pôr (verbo), por (preposição).
Espero que esse texto sirva de referência para vocês. Se daqui pra frente, não acentuarem urubu e caju, já me darei por satisfeito.